Lula diz que secretário do MS que teve visto dos EUA cancelado não precisa se preocupar: 'O mundo é muito grande'
14/08/2025
(Foto: Reprodução) Lula diz que secretário do Ministério da Saúde que teve visto dos EUA cancelado não precisa se preocupar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (14) ao secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Mozart Sales, que ele não precisa se preocupar com o cancelamento do seu visto norte-americano, porque o "mundo é muito grande".
Lula deu as declarações na cidade de Goiana (PE), onde inaugurou uma fábrica de hemoderivados da Hemobras. Nesta quarta-feira (13), o governo americano anunciou a revogação do visto americano de Mozart e de Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo brasileiro.
🛂A medida, anunciada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, foi justificada pela participação de ambos na implementação do programa Mais Médicos, entre 2013 e 2018, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Cuba.
"Mozart, não fique preocupado com o visto dos EUA. O mundo é muito grande, o Brasil tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados, você tem lugar para andar no Brasil para caramba, cara, não se importe. Lugar bonito", afirmou Lula.
"Eu quero dizer para os companheiros cubanos que, o fato deles cassarem o Mozart, foi por causa de Cuba, porque eles tinham ido a Cuba. É importante eles saberem que nossa relação com Cuba é uma relação de respeito de um povo que é vítima de um bloqueio há 70 anos. Hoje estão passando necessidade num bloqueio que não há nenhuma razão", acrescentou o petista.
Lula também criticou o presidente dos Estados Unidos, afirmando que Donald Trump não é um "imperador".
Cassação de Eduardo Bolsonaro
Lula diz que deputados governistas têm que pedir cassação de Eduardo Bolsonaro
Lula ainda repetiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em razão de uma tentativa de golpe de Estado e criticou a tentativa de Trump tentar interferir na soberania nacional.
O presidente afirmou aos parlamentares presentes no evento que é preciso cassar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O filho do ex-presidente está nos EUA e tem articulado as sanções impostas ao Brasil.
"Ele [Bolsonaro] precisa parar de resmungar, mandou o filho para os EUA. Vocês têm que pedir a cassação dele [Eduardo], porque ele está traindo o país. Essa é a verdadeira traição da pátria", declarou.
Tarifaço e 'vira-latas'
Lula durante evento em Goiana (PE), onde inaugurou fábrica de hemoderivados
Ricardo Stuckert/Presidência da República
Lula voltou a criticar o tarifaço de 50% imposto por Trump para entrada de produtos brasileiros nos EUA.
O petista também afirmou que há uns "vira-latas" que se queixam do tom dos seus comentários sobre o tema.
"Tem uns vira-latas que ficam falando 'nossa, como esse Lula está falando bravo'. Não. Eu falo igualzinho para Bolívia o que falo para os americanos", disse.
O presidente afirmou que deseja negociar com o governo americano, mas que não ficará "chorando" e buscará novos mercados, como China, Índia, Rússia, Alemanha e outros.
"Se os EUA não quiserem comprar, não tem importância, eu não vou ficar chorando, eu não vou ficar rastejando. Eu vou procurar outros países para vender os produtos que nós vendemos para eles [os norte-americanos] e vamos seguir em frente", afirmou.
Responsabilização das redes sociais
Lula também reafirmou que enviará ao Congresso um projeto de lei para regular as chamadas big techs, responsáveis por grandes plataformas digitais.
O petista citou que o governo deseja regulamentar o tema, contrariando Trump, para evitar crimes contra a democracia e crianças e adolescentes.
"Queremos responsabilizar quem fica utilizando criança para praticar pedofilia. Isso aqui não vai ter. Ele tem que saber que quem manda nesse país é o povo brasileiro. Ele tem que saber", afirmou.